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Projeto Bahorure

Publicado em Feb. 19, 2018, 5:48 p.m.

O povo Xavante (MT) hoje é obrigado a conviver com o depauperamento do solo e dos recursos naturais aos quais está vinculado. Além disso, as reservas estão rodeadas por grandes áreas de cultivo de milho e soja, o que tem atraído os animais para fora da reserva e dificultado a caça. Os rios têm abrigado hidrelétricas a montante e a jusante das reservas, tornando a pesca impraticável em grande parte do ano.

A insegurança alimentar é crescente e a fome faz parte do cotidiano de grande parte das famílias, podendo ser evidenciada pelo grande número de pessoas com doenças ligadas à escassez alimentar (quantidade e qualidade), como a desnutrição infantil, diabetes, hipertensão. O resultado mais dramático dessa ameaça é a enorme taxa de mortalidade nas comunidades diretamente envolvidas: no ano de 2016, foram 15 óbitos, sendo nove de crianças, a maioria vítima de desnutrição.

Diante do exposto, torna-se necessário o resgate da agricultura local, através da introdução de variedades crioulas de milho, feijão e o enriquecimento das roças. Também se faz necessário o plantio de espécies florestais nativas e exóticas de importância alimentar e cultural, que além de servirem de fonte de alimento, propiciarão a manutenção dos animais na reserva, facilitando a caça. Essas estratégias estarão associadas também à implantação de posto de vigilância e fiscalização e construção de casa de sementes.

O projeto Bahorure abrangerá duas Terras Indígenas (T.I.): Ubawawe, localizada no município de Santo Antônio do Leste (MT), e parte de Parabubure, localizada no município de Campinápolis (MT), contemplando diretamente 700 indígenas das aldeias Aldeia Água Limpa, Sucupira, Sete Rios, Pedra Branca e São Benedito (T.I. Ubawawe) e as aldeias Buritizal e Paraíso (T.I. Paraburure).

Nas aldeias Buritizal, Paraíso, Água Limpa, Sete Rios, Pedra Branca e São Benedito, será feito um trabalho de valorização do cultivo tradicional e em alguns cultivos a reinserção de espécies tradicionais que foram perdidas. Na aldeia Sucupira será implantado o viveiro, devido à maior disponibilidade de água e terra de cultivo nessa aldeia. Todas as aldeias estarão envolvidas na coleta de sementes, nos mutirões de construção e manejo do viveiro.

Resultados esperados: Realização de gestão, monitoramento e avaliação do projeto; Registro e divulgação dos resultados do projeto; Enriquecimento da flora e fortalecimento da segurança alimentar e nutricional; Implantação de sistema de vigilância e fiscalização.

Recurso e duração do projeto: O projeto tem recurso total destinado de R$ 75.773,80 e duração de 17 meses.

Janela: Resposta a Ameaças Imediatas