Publicado em Feb. 19, 2018, 5:50 p.m.
Na região do Bico do Papagaio, no extremo norte do Tocantins, o babaçu é considerado o principal produto do extrativismo local e apresenta uma forte ligação com as mulheres quebradeiras de coco. A Associação Rural das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (Asmubip), desde a sua criação, vem investindo na diversificação do aproveitamento do babaçu como estratégia para aumentar o valor agregado desses produtos e contribuir para a geração de renda das quebradeiras e, dessa forma, valorizar sua identidade e manter conservados os babaçuais.
Atualmente, as quebradeiras de coco, organizadas em núcleos, contam com cinco unidades de beneficiamento de azeite artesanal, uma casa de extração de flocos de mesocarpo e uma agroindústria de fabricação de farinha de mesocarpo. Além das agroindústrias, houve investimento em forrageiras que permitiu o aumento da produção do azeite artesanal destinado tanto à alimentação como à produção de sabão, assim como a melhoria da apresentação dos produtos e experimentação de acesso a mercados locais.
Porém, um dos atuais desafios enfrentados pelas quebradeiras é conseguir o registro das agroindústrias para garantir a comercialização dos produtos beneficiados de forma mais segura nos mercados institucionais e formais, visto que esses mercados têm exigido o registro e o alvará emitido pela vigilância sanitária. Dessa forma, após o amadurecimento do tema com o conjunto das organizações produtivas de babaçu da região, uma alternativa acordada e definida – via elaboração de estudo - foi concentrar a produção em uma agroindústria para conseguir seu registro e alvará.
Portanto, o projeto será executado em dois municípios da região do Bico do Papagaio. A atividade que envolve reforma de agroindústria será executada no município de São Miguel do Tocantins e a de comercialização e formação envolverão quebradeiras de coco dos municípios de São Miguel do Tocantins e Araguatins. Dessa maneira, a ideia é promover o fortalecimento da cadeia produtiva do babaçu e da organização dos núcleos produtivos, aliando a geração de renda com a valorização dos conhecimentos tradicionais das quebradeiras de coco com sustentabilidade socioambiental.
Resultados esperados: Entreposto de produtos do babaçu adequado e equipado para o seu funcionamento conforme exigência das normas sanitárias; Capacitação das quebradeiras de coco adotando boas práticas de coleta e processamento dos produtos do babaçu; Novos mercados abertos para os produtos do babaçu; Gestão e monitoramento do projeto realizados satisfatoriamente.
Recurso e duração do projeto: O projeto tem um orçamento total de R$ 155.992,00 e 30 meses de duração.
Janela: Produtivos Orientados ao Mercado