Conaq lança cartilha sobre REDD+ através do olhar da comunidade quilombola

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Publicado em Dec. 3, 2021, 11:06 a.m.

                                                        

                                                        Foto 1: Curso de formação no Quilombo Mesquita, em Goiás. 

 

A cartilha nasceu com a proposta de mostrar o olhar quilombola sobre o tema de REDD+”. A afirmação de Maria Aparecida Ribeiro, integrante da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ)  e moradora da comunidade Quilombo Povoado do Prata Jalapão (TO), traz o incômodo de diversas lideranças quilombolas que se depararam com as discussões sobre Redução das Emissões Provenientes do Desmatamento e da Degradação Florestal, Conservação dos Estoques de Carbono Florestal, Manejo Sustentável de Florestas e Aumento de Estoques de Carbono Florestal (REDD+) pautadas por realidades distantes de suas vivências.

                           
                           
Foto 2: Curso de Formação em Tocantins. 

A partir deste contexto, a cartilha REDD+: O que é? Para que serve? – Quais os benefícios e riscos para as comunidades quilombolas foi criada pela CONAQ, através do apoio do DGM BRASIL/CAA, com o objetivo de fortalecer a articulação política de comunidades quilombolas em todo o Brasil. A publicação foi realizada através do diálogo com diversas escolas e associações na tentativa de ampliar o debate sobre o tema e promover a formação do povo quilombola. Após esse processo, 2 mil unidades da cartilha foram distribuídas em comunidades dos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Piauí, Paraná, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso.

                                               

                                                                Foto 3: Sandra Maria da Silva, liderança da comunidade do Quilombo Carrapatos da Tabatinga, Bom Despacho, Minas Gerais.

Historicamente, as comunidades quilombolas tem uma relação de ancestralidade com o território tradicional que se move pelo respeito e preservação dessas áreas”, pontuou Johnny Martins, coordenador nacional da CONAQ e morador do Quilombo Furnas do Dionísio (MS). Essa questão, segundo ele, ressalta ainda mais a importância da cartilha que tornou todos os termos técnicos e científicos que englobam a temática do REDD+ acessíveis para a comunidade quilombola, o que contribui para o fortalecimento político na busca de políticas públicas ambientais para as comunidades.


Após as distribuições das cartilhas, Maria Aparecida, afirmou que as ações de mobilização política sobre o tema de REDD+ continuam em comunidades que não foram contempladas pelos cursos de formação. Para ela, essa etapa de produção e publicação da cartilha cumpriu o papel de uma ferramenta de articulação política e compartilhamento dos saberes tradicionais entre a comunidade quilombola.