Publicado em March 26, 2019, 5:43 p.m.
Todas as iniciativas apoiadas pelo DGM Brasil participam de capacitações em diversas áreas, com o objetivo de fortalecer os povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. As capacitações acontecem simultaneamente aos outros processos durante todo o projeto e visam potencializar a formação dos povos atendidos e as ações realizadas por eles.
Com temas, como REDD+, mudanças climáticas, sustentabilidade socioambiental, produção e formação em gestão, as capacitações se dividem em eixos temáticos, organizados em 10 cursos e três eventos ao longo dos dois anos pensado no plano criado para estruturá-los.
“O plano é uma estratégia participativa de fortalecimento institucional das associações que participam do projeto e o empoderamento dos povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais. Até então enquanto uma proposta metodológica de participação ativa e dialógica, as comunidades a partir dos conhecimentos próprios podem manter um diálogo com outros tipos de conhecimentos, valorizando o saber tradicional dessas comunidades”, explica Paula Vanucci, consultora especializada em gestão do conhecimento, capacitação e mobilização do DGM Brasil.
A primeira capacitação, um curso de restauração de áreas degradadas no Cerrado aconteceu em fevereiro e contou com a presença de lideranças atendidas no 1° e 2° edital do projeto. A atividade que foi realizada pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), agência executora nacional do DGM Brasil, contou com a parceria ainda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Weberson Gonçalves, da Comunidade Quilombola do Cedro, município de Mineiros (GO), participou da primeira capacitação realizada em Brasília no mês de fevereiro, destaca as ações que aprendeu nos dias do curso e as trocas de saberes com os outros representantes dos demais subprojetos: “Creio que a contribuição foi muito grande, já que além das ações que aprendemos aqui com os professores, percebemos, com os relatos das outras pessoas, que algumas dificuldades que passamos em nossa comunidade é a mesma que eles já passaram”.
As demais atividades previstas no plano de capacitação, que têm como pretensão ampliar a capacidade e o acesso dessas comunidades a outras fontes de recurso, qualificar as ações desses projetos além de ser um espaço de diálogo e reflexão sobre as demandas que os projetos apresentam têm previsão de acontecerem até meados de 2020. A escolha dos temas se baseia nas temáticas prioritárias do DGM Brasil e em questões relacionadas aos projetos, levando em consideração a perspectiva de cada região e povo.
Sobre o DGM Brasil
O DGM Brasil é um mecanismo dedicado exclusivamente às comunidades indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, com o objetivo de promover e aprimorar suas práticas tradicionais de uso e manejo dos recursos naturais, proteção e gestão territorial e de ampliar as capacidades das lideranças e suas organizações de incidir em espaços de formulação de políticas públicas que promovam a sustentabilidade socioambiental do Cerrado brasileiro.
No primeiro edital do DGM Brasil foram apoiadas 41 iniciativas de povos do Cerrado distribuídos em 9 estados, investindo um total de quase R$ 6,9 milhões. Já no segundo edital foram mais de R$ 2 milhões investidos em projetos que visam à conservação e desenvolvimento sustentável de territórios e culturas dos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas do Cerrado brasileiro. No total, estão sendo investidos quase R$ 10 milhões no ‘berço das águas’, o bioma Cerrado.
Agência Executora Nacional
No Brasil, o DGM está sendo implementado pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), uma organização formada por representantes de povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais. Atua como Agência Executora Nacional em consonância com o Comitê Gestor Nacional (CGN) do DGM, também constituído em sua maioria por representantes de organizações indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais do Cerrado brasileiro. A agência foi escolhida por um processo de seleção pública que, junto ao CGN, é responsável pela gestão dos recursos destinados ao mecanismo, apoiando os projetos das organizações proponentes. O CAA/NM tem como eixos estratégicos de atuação a Agroecologia e o Direito de Povos e Comunidades Tradicionais.