Publicado em Sept. 17, 2018, 10:21 a.m.
Foi com imensa tristeza que recebemos a notícia de que Maria de Jesus Ferreira Bringelo, a Dona Dijé, fechou os olhos para a vida terrena junto dos seus no Quilombo de Monte Alegre. Uma grande mulher, quilombola, quebradeira de coco-babaçu e lutadora das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas que faleceu aos 70 anos, em 14 de setembro de 2018. Um referencial como ser humano, que por onde andou semeou esperança, sabedoria e soube fazer suas escolhas, apontando caminhos de que é possível sim, construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.
Para Sr. Braulino Caetano dos Santos, diretor do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), ela foi uma “grande companheira nas caminhadas e lutas. Para mim ela não morreu. Ela é uma semente que foi semeada para gerar muitos frutos para os nossos territórios”. Os dois estiveram juntos na última reunião do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), momento em que ela foi empossada como conselheira dos povos e comunidades tradicionais.
“Uma pessoa sonhadora, lutadora, partiu hoje para outra vida, deixando um profundo sentimento de tristeza. Os nossos profundos sentimentos de pesar. A nossa solidariedade em nome do Comitê Gestor Nacional (CGN) do DGM Brasil. Dona Dijé vai deixar muitas saudades”, declara Srewe da Mata, representante indígena do Comitê. “Quilombola, conselheira, amiga e sábia, mãe de todos nós do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT). O sonho dela era ver a posse do CNPCT e Deus deu a ela a oportunidade, e de passarmos estes três dias juntas. Com muita dor no coração, nós do CGN lamentamos essa grande perda”, acrescenta Lucely Pio, representante quilombola do CGN e grande amiga de Dona Dijé.
Dona Dijé sempre nos encorajou a lutar pelo dia que nossos territórios serão livres. Como ela mesma falava “Nós queremos o território para nascer, viver, germinar e morrer”.
Dijé presente!