Publicado em Sept. 11, 2018, 3:49 p.m.
Representantes de comunidades tradicionais e povos indígenas dos estados de Minas Gerais, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso do Sul aprovados no 2° edital do DGM Brasil participaram de uma oficina de elaboração de projetos ligada ao desenvolvimento sustentável, entre os dias 28 e 31 de agosto. A capacitação foi conduzida pela equipe do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM), sediado em Montes Claros - MG, agência executora nacional do projeto.
O DGM Brasil é um mecanismo dedicado exclusivamente às comunidades indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, com o objetivo de promover e aprimorar suas práticas tradicionais de uso e manejo dos recursos naturais, proteção e gestão territorial e de ampliar as capacidades das lideranças e suas organizações de incidir em espaços de formulação de políticas públicas que promovam a sustentabilidade socioambiental do Cerrado brasileiro.
Dentre os povos que estiveram em Brasília para esta oficina, estão as Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu, Povo Indígena Krikati, Gavião e pescadores da Ilha das Canárias. As iniciativas receberão incentivos de mais de R$ 2 milhões, por meio do fundo DGM Brasil, gerido pelo CAA-NM.
Maria do Rosário, da Cooperativa de Mulheres do Coco Babaçu, projeto que tem como objetivo o fortalecimento de grupos produtivos, com a sustentabilidade e melhoramento da produção, enfatiza que o espaço de capacitação dos projetos está sendo uma escola e um espaço muito importante. “Nós vamos levar informações para as outras mulheres que não puderam estar presentes. Esse projeto abrange várias comunidades e essa capacitação serve para executar o projeto com mais qualidade”, declarou.
“Nós viemos com a expectativa de que a capacitação possa ajudar o nosso povo, o nosso projeto é ligado à cultura e através dele nós queremos incentivar os jovens a participar e ter mais conhecimento sobre a nossa cultura. A capacitação é importante também para nos mostrar como funcionam as questões relacionadas ao projeto”, avaliou Rodrigo Gavião, do povo Gavião no Maranhão.
No segundo edital do DGM Brasil, um total de 19 iniciativas dos povos do Cerrado foram selecionadas, as quais participaram das oficinas, que tiveram início em Montes Claros e seguiram para Cuiabá e Brasília. Nesse novo edital serão mais de R$ 2 milhões investidos em projetos que visam à conservação e desenvolvimento sustentável de territórios e culturas dos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas do Cerrado brasileiro. Com isso, o DGM Brasil totaliza o apoio a 64 projetos, 60 via processo seletivo, quatro por meio de carta convite enviada a redes formadas pelos diversos povos e comunidades do Cerrado. No total, estão sendo mais de R$ 10 milhões investidos no ‘berço das águas’ da América Latina.