Publicado em Nov. 26, 2018, 6:45 p.m.
As mulheres da Terra Indígena Bakairi, nas proximidades do município de Paranatinga (MT), receberam na Aldeia Pakuera mais de 200 representantes de outros 43 povos indígenas do estado. O objetivo do Encontro de Mulheres Indígenas Bakairi, realizado entre 27 e 31 de agosto, foi discutir temas ligados à Gestão Ambiental e Territorial e Redução das Emissões Provenientes do Desmatamento e da Degradação Florestal, Conservação dos Estoques de Carbono Florestal, Manejo Sustentável de Florestas e Aumento de Estoques de Carbono Florestal (REED+).
A atividade, que aconteceu em conjunto com o evento da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), se insere no subprojeto Pojianare - Nossa Mata, contemplado no primeiro edital do DGM Brasil e proposto pela Coordenação Indígena Tapaguia.
Um consultor especializado apresentou as definições de REM (REDD+ para Pioneiros) para que as participantes aprimorassem a compreensão a respeito do tema a ser abordado, oportunidade também para ampliar suas participações, propondo inclusive sugestões e ações voltadas às mulheres indígenas, equidade e gênero.
Greice Kamy Cautu, indígena da etnia Bakairi que participou do encontro, destaca a importância do evento. “A oficina foi para formação e construção de subprograma REM e REDD+, em que ressaltaram a importância de possibilidade de preservação do meio ambiente. Disseram também que o programa vai trazer oportunidades de projetos e, ao mesmo tempo, as possibilidades alternativas econômicas sustentáveis para os 43 povos. Achei importante porque nós indígenas sobrevivemos com a natureza e preservação ambiental”, conta.
A atividade também trouxe informações acerca das áreas degradadas, no intuito de contribuir para o processo de reflorestamento das nascentes da Terra Bakairi. “Nós tratamos dos principais temas de gestão ambiental e questões de gênero do nosso território”, afirma Magno Amaldo, coordenador do subprojeto Pojianare. “Um resultado imediato visível na comunidade, após a realização do evento, é a questão de preservação e resgate cultural, pois agora toda quarta, sexta e domingo as mulheres cantam e dançam no pátio da aldeia”, acrescenta.
Além de tratar dos temas citados acima, danças e cantos foram apresentados pelas mulheres da aldeia, os quais contaram com a participação das mulheres Xinguanas.