Publicado em 24 de Março de 2020 às 17:50
Remanescentes de quilombos, os moradores do Vale do Gurutuba vivem na região desde o século XVIII e ao longo do tempo foram sofrendo com expropriações de terras, em função de um projeto desenvolvimentista do século XX. Hoje vivem em pequenas frações de terra e em meio ao latifúndio vigente na região.
Como forma de enfrentamento à situação, foi proposto pela associação Quilombola do Gurutuba o projeto Promoção da Gestão Territorial e Ambiental no Quilombo do Gurutuba: mobilização socioambiental para a resiliência frente às mudanças do clima, que tem a intenção de construir um plano de gestão territorial, produtivo e ambiental. Além disso, pretende fortalecer a comunidade na incidência de conquistas de políticas públicas para as comunidades quilombolas, a fim de garantir ações e inciativas que servirão de apoio à comunidade, como a implantação de tecnologias socioambientais que aumentem a disponibilidade de água nos agroecossistemas quilombolas e a manutenção de hortas.
A associação tem 16 anos de história e funciona como forma de instrumento de esclarecimento e conscientização para a identidade quilombola, resgate da cultura quilombola e conquista de direitos. Composta por mais de 30 comunidades negras do Norte de Minas, a associação atua com cerca de 1.200 famílias da região.
Resultados esperados: Elaboração de atividades, oficinas, reuniões, intercâmbios e seminários para a construção do plano de gestão territorial, produtiva e ambiental (plano de etnodesenvolvimento) a partir de ações de reconhecimento territorial, formação e desenvolvimento de estratégias de produção adaptadas às mudanças do tempo; Implantação de tecnologias socioambientais definidas a partir do processo de elaboração do plano, visando a construção de referências em recuperação ambiental, produção de água e alimento e convivência com o semiárido; Promoção de capacitação para fortalecer a capacidade de incidência da associação nas políticas públicas relacionadas aos direitos territoriais, educação quilombola, formação de jovens e no controle social das políticas destinadas às comunidades; Elaboração de plano de gestão territorial, produtiva e ambiental (plano de etnodesenvolvimento) a partir de ações de reconhecimento territorial, formação e desenvolvimento de estratégias de produção adaptadas às mudanças do tempo.
Recurso e duração do projeto: O projeto tem recurso total destinado no valor de R$ 119.462,00 e duração de 12 meses.