Publicado em 19 de Fevereiro de 2018 às 17:48
Na comunidade quilombola de Pontinha, município de Paraopeba (MG), quase todos os moradores, incluindo homens e mulheres, jovens e adultos, obtêm seu sustento a partir do extrativismo de minhocuçus, comercializados para fins de pesca amadora. Existe na comunidade pouca oferta de alternativas de trabalho e renda, principalmente nos meses em que não há extrativismo do minhocuçu (novembro a março). Esse contexto implica na recorrente saída de jovens e adultos da comunidade em busca de oportunidades de trabalho em cidades vizinhas.
Além do extrativismo de minhocuçus, em quase todas as residências é praticado o plantio de abacaxi, banana, mamão, mandioca e de frutíferas como laranja, manga, acerola, goiaba e limão, criação de galinhas e porcos, para o consumo familiar. Vários frutos do Cerrado como a mangaba, araticum e cagaita são utilizados apenas para o consumo local. Em 2015, seis famílias da comunidade começaram a beneficiar o pequi, fruto abundante no quilombo e com ampla apreciação no mercado. Atualmente, a comunidade produz óleo, conserva de polpa, doce, castanha cristalizada e farofa de pequi em um espaço improvisado.
A partir da iniciativa aprovada no primeiro edital do DGM Brasil, com o apoio do Instituto Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Sustentabilidade (Instituto Sustentar), o grupo almeja comercializar novos produtos, elaborados com outros frutos do Cerrado e de quintal, e para isso será necessária a construção de um espaço que possibilite produzir em maior escala, envolver mais pessoas (jovens e mulheres) e que atenda às necessidades higiênico/sanitárias.
A venda dos produtos vem sendo realizada em pequena escala e em feiras da região, mas partir do acesso a novos mercados, já contatados em Belo Horizonte, Sete Lagoas e Brasília, e do acesso a políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o grupo ampliará o escoamento da produção e, consequentemente, a oferta de trabalho e renda para a comunidade.
Resultados esperados: Instalação de uma fábrica de beneficiamento de frutos do Cerrado e de quintal e operacionalização da mesma; Capacitação dos comunitários no uso e aproveitamento de frutas do Cerrado; Elaboração de estudos de mercado para outros frutos do Cerrado (cagaita e araticum); Realização de promoção comercial e divulgação dos produtos em escolas e eventos locais (feiras e exposições); Realização de gestão operacional e monitoramento do projeto; Realização de estudo ecológico para boas práticas de manejo e extrativismo da cagaita e araticum.
Recurso e duração do projeto: O projeto tem um orçamento total proposto em R$ 155.906,00 e duração de 24 meses.
Janela: Produtivos Orientados ao Mercado