Publicado em 21 de Fevereiro de 2018 às 11:59
A Terra Indígena Marãiwatsede (MT) encontra-se com mais de 70% de sua área desmatada em função de invasões promovidas por políticos da região, desde 1995, comprometendo seriamente a flora e a fauna, o que causou o desaparecimento de animais silvestres e diversas plantas indispensáveis para a sobrevivência física e cultural de seu povo.
Devido ao desmatamento promovido pelos invasores, atualmente só se encontra capim na área. Não existe mais caça e nem peixe. Alimentos do Cerrado como frutos, coquinhos, plantas medicinais e mel diminuíram, provocando a substituição da alimentação com produtos tradicionais pelos alimentos industrializados. Também se tem perdido a matéria prima tradicional para fazer arcos e embiras para enfeite. Além disso, o desmatamento fez com que várias represas secassem. As que permaneceram estão com seus volumes de água muito baixos.
Nesse sentido, a Associação Boui Marãiwatsede propõe o cultivo de plantas nativas e frutíferas, visando à recuperação de áreas degradadas e das principais nascentes na TI Marãiwatsede, com o plantio de buriti, babaçu e demais espécies da região, a fim de contribuir com o aumento do volume de água, bem como de recursos para alimentação e de materiais para a produção de artesanatos, enfeites e rituais.
A TI Marãiwatsede está próxima do município de Alto Boa Vista (MT). A vegetação original predominante é de Cerrado, mas a área hoje está ocupada por capim braquiária. O projeto será implantado nas aldeias Aopa, Etewawe, Madzaze e Marawatsede, sendo o monitoramento do trabalho feito a partir da aldeia Aopa.
Resultados esperados: Restauração de 40 hectares de Cerrado nas aldeias Aopa, Madzaze, Etewae e Marawatsede; Capacitação de 40 membros das Aldeias Maraiwatsede, Aopa, Etewawe e Madzabdze (10 membros de cada aldeia) em práticas agroecológicas de restauração de Cerrado; Realização da gestão e acompanhamento da execução do projeto.
Recurso e duração do projeto: O projeto tem orçamento total no valor de R$ 176.100,00 e duração de 24 meses.
Janela: Gestão de Recursos Naturais