Publicado em 19 de Fevereiro de 2018 às 17:53
As principais riquezas da Microrregião do Médio Mearim (MA), como a palmeira de babaçu e o Rio Mearim, apresentam indicativo de sucumbir ao modelo de desenvolvimento focado em crescimento econômico, baseado na substituição do ambiente florestal e sociocultural por grandes complexos agroindustriais, pela agropecuária de grande porte, o monocultivo de eucalipto, as indústrias de mineração, a geração de energia e gás natural e a ocupação populacional irregular no meio urbano e rural.
O desmatamento das margens do Rio Mearim e da floreta de babaçu é um problema que ameaça as comunidades tradicionais de pescadores e extrativistas que se relacionam diretamente com esses recursos para garantir a reprodução do seu modo de vida. A retirada da mata ciliar, a poluição do rio por lixo, as queimadas, a comercialização de areia do rio, a destruição das espécies nativas, a ocupação humana irregular no leito do rio e práticas produtivas sem o manejo correto dos solos são ações que provocam a elevação da degradação ambiental.
Para enfrentar essa situação, o projeto Riquezas do Mearim, conduzido pela Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), tem por estratégia o reflorestamento das margens do rio com espécies nativas, a introdução de Sistemas Agroflorestais biodiversos para enriquecer as áreas degradadas, orientação para o manejo correto do babaçu consorciado a cultivos com práticas agroecológicas e desenvolvimento de processos de formação para a consciência ambiental.
A iniciativa será realizada na comunidade tradicional extrativista do babaçu Santa Cantilha, município de Pedreiras, que vive às margens do Rio Mearim, sob forte influência da zona de floresta de babaçu, localizada no centro do cerrado maranhense, na Microrregião do Médio Mearim.
Resultados esperados: Reflorestamento de 1.500 metros de mata ciliar do Rio Mearim com introdução de espécies florestais nativas, visando combater o assoreamento das margens do rio e estimulação do uso adequado dos recursos hídricos pelas comunidades tradicionais que vivem às margens do rio; Implementação de nove unidades produtivas agroecológicas e uma unidade de processamento agroextrativista, visando promover a segurança alimentar de 50 pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar; Formação de 54 pessoas para desenvolvimento de consciência ambiental; Gestão qualificada do projeto.
Recurso e duração do projeto: O recurso total destinado ao é R$ 194.602,90 e duração de 24 meses.
Janela: Gestão de Recursos Naturais