Publicado em 15 de Junho de 2017 às 19:34
Começa nesta quarta-feira (15), e prossegue até domingo (18), o Intercâmbio do Mecanismo de Doação Dedicada -- DGM com países da América Latina. Durante quatro dias, o Comitê Gestor do DGM Brasil -- composto por indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais com reconhecida atuação no Cerrado brasileiro -- e a Agência Executora Nacional -- o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), responsável pela execução administrativa e financeira do projeto -- recebem em território nortemineiro representantes do DGM de diversos países. Participam Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da Nicarágua, Colômbia, Moçambique, Guatemala, Costa Rica, Panamá, México, Peru e Equador. "Os participantes vieram muito animados em conhecer o Cerrado e suas populações tradicionais", conta Johnson Cerda da Conservation International -- Agência Executora do DGM Global e organizadora do intercâmbio. "O que queremos nesta prática é ver de que maneira as atividades que estão realizando em seus territórios se conecta a outros países, a nível não só nacional mas também global. Assim os povos entendem que o que fazem é significativo".
Dentre os objetivos do intercâmbio, está o fortalecimento da articulação entre Povos e Comunidades Tradicionais, aproximando lideranças de diversas origens com o intuito de capacitar sua incidência política em ações de adaptação às mudanças climáticas e defesa de territórios. O intercâmbio também procura trocar experiências sobre a implementação do DGM nos países, práticas de manejo sustentável e abordagens sobre salvaguardas sociais e ambientais de REDD+. "É um panorama da execução destes projetos em cada país", explica Paula Vanucci, da equipe chave DGM Brasil. "Uma oportunidade para conhecer lições que cada um vem tirando da implementação do DGM, além de fortalecer uma rede de organizações latinoamericana de Povos e Comunidades Tradicionais". Omaya Casana, da Rede de Mulheres Indígenas da Biodiversidade do Panamá, conta suas impressões do primeiro dia de encontro: "Aqui, podemos conhecer as inquietudes e necessidades dos diferentes países que participam do DGM. É muito interessante formar uma rede entre nós, indígenas e comunidades locais. Todos temos o mesmo caminho de buscar o desenvolvimento coletivo e a proteção dos territórios".
Visitas a territórios tradicionais do Norte de Minas também estão previstas no intercâmbio. Na sexta-feira (16), o grupo pega a estrada para conhecer o Quilombo da Lapinha, localizado em Matias Cardoso, e no sábado (17) segue para a Terra Indígena Xakriabá, em São João das Missões. No território indígena, dois projetos estão sendo apoiados pelo primeiro edital DGM Brasil: o projeto de gestão de recursos naturais “Extrativismo do Povo Xacriabá: fonte de renda, segurança alimentar e proteção do Cerrado”, e o projeto orientado ao mercado “Projeto Todos Juntos em prol da recuperação e restauração dos recursos naturais em comunidade território indigena Xacriabá". O intercâmbio termina no domingo (18) com uma visita à Area de Experimentação e Formação em Agroecologia do CAA/NM e à Cooperativa Grande Sertão.
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