DGM Brasil recebe integrantes da iniciativa Indonésia

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Publicado em 17 de Junho de 2016 às 18:19

A primeira reunião extraordinária do Comitê Gestor do DGM Brasil foi realizada entre os dias 14 e 16 de junho, na sede da FUNAI em Brasília, e teve como principal ponto o debate acerca das propostas recebidas para o primeiro edital do projeto. Ao final do encontro, os participantes (integrantes do Comitê Gestor e da Agência Executora Nacional) foram convidados para participar do intercâmbio de troca de experiências com os representantes do DGM Indonésia, que visitaram o Brasil para compreender o desenvolvimento do projeto no país. Segundo Diji Chandrasekharan Behr, representante do Banco Mundial Indonésia, o DGM Brasil é hoje uma referência para os 14 países-pilotos onde a iniciativa está sendo construída: "o DGM Brasil é realmente uma liderança para todos os outros projetos. Temos muito a aprender com vocês".


Na quinta-feira, dia 16, os participantes do intercâmbio receberam Edel Moraes, vice presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), que discorreu sobre o histórico de luta e resistência das populações extrativistas no Brasil. A palestra abriu espaço para a troca de experiências sobre a situação dos povos tradicionais nos dois países. "Na Indonésia nós conhecemos a história de Chico Mendes, é um tema inspirador para nós", ressaltou Debora Rambu Kasuatu, representante do DGM Indonésia. "Eu vejo que continuar a transmitir esta história é uma forma de educar. Os povos da Indonésia estão em luta por seu reconhecimento, e para que compreendam que as florestas do país, além de serem do Estado, são de propriedade dos povos e comunidades tradicionais". 


Durante a tarde, foi apresentado o histórico do processo de criação do DGM no Brasil, que teve início com a constituição do Comitê Gestor, formado por Povos do Cerrado, seguido pela seleção da Agência Executora Nacional, elaboração de documentos oficiais, assinatura da Carta de Acordo e implementação do projeto propriamente dito, seguindo as etapas de execução. "O objetivo do DGM aqui no Brasil não difere muito dos outros países. Também buscamos a conservação dos recursos naturais, o protagonismo dos povos nos processos decisórios de políticas públicas, e a geração de trabalho e renda para as comunidades", ressaltou Álvaro Carrara, coordenador do projeto. Representantes do DGM Indonésia também puderam fazer perguntas diretamente à equipe chave e Comitê Gestor do DGM Brasil, esclarecendo e debatendo questões referentes ao projeto. A representatividade dos Povos do Cerrado dentro do projeto foi apontada como uma referência positiva. Segundo Jossiney Evangelista Silva, retireiro do Araguaia e membro do CGN, a escolha do Comitê garantiu a legitimidade do processo: "É importante registrar que as comunidades sentiram mais segurança com o envolvimento dos seus próprios membros no Comitê Gestor do DGM Brasil". Outro destaque brasileiro é o perfil de sua Agência Executora, que em sua própria composição traz representantes dos povos e comunidades tradicionais. "Eu vejo isto como um destaque do Brasil", explica Álvaro Carrara. "O fato do CAA/NM ser uma entidade representativa de povos, com sua diretoria e quadro de sócios formados por eles, nos dá mais bagagem para entender os desafios que os povos trazem para o DGM Brasil, cumprindo nosso papel de assessoria".


O intercâmbio de troca de experiências também incluiu momentos de explanação sobre terras indígenas brasileiras e o combate a queimadas, e assuntos de interesse do Programa DGM como Estratégia Nacional de REDD+; além de uma visita ao território do Quilombo Kalunga. Para Budi Rahardj, da Agência Executora do DGM Indonésia, o encontro significou aprendizado e união entre os países: "Nós temos agora muito dever de casa para fazer. Esperamos que vocês possam ser nossos parceiros, para que possamos aprender e adquirir experiência juntos".