Publicado em 29 de Janeiro de 2017 às 17:58
A primeira oficina para elaboração de projetos, realizada em Montes Claros, reuniu representantes das 17 iniciativas de quilombolas e comunidades tradicionais em dias de formatação de seus projetos técnicos selecionados no edital DGM Brasil. Para além de um trabalho de aprimoramento das Manifestações de Interesse, a oficina também foi um espaço de formação e troca de saberes.
Neste domingo (29), último dia do encontro, foi realizada a oficina "Os desafios da sustentabilidade dos empreendimentos econômicos populares associativos do Cerrado brasileiro", focalizada pela ONG Capina - Cooperação e apoio a projetos de inspiração alternativa. Criada em 1988, a Capina atua no campo da economia dos setores populares, qualificando empreendimentos e seus assessores. "Nosso trabalho é voltado para geração de renda, mas pensando principalmente as iniciativas populares, que estão espalhadas pelo Brasil e tem características específicas", explica Terezinha Pimenta, coordenadora da Capina. "Nós construímos uma maneira diferente de trabalhar temas sobre empreendimentos econômicos, pensando no termo da 'sustentabilidade ambiental', que também se relaciona com aspectos sociais e econômicos dos empreendimentos".
Durante a oficina, foram identificadas condições básicas a serem atendidas pelas iniciativas participantes. Através da simulação de um estudo de viabilidade econômica, foram tratados conceitos e aspectos de mercado, com o intuito de ampliar possibilidades nos campos da gestão democrática e comércio justo. "A ideia da oficina surge para podermos trabalhar a gestão das iniciativas econômicas e de uso dos recursos naturais", aponta Alvaro Carrara, coordenador do DGM Brasil. "O CAA/NM conhece a Capina desde seu surgimento, e fez este convite para despertar o interesse pelo trabalho de gestão e comercialização das iniciativas comunitárias".
Laura Ferreira da Silva, da Associação da Comunidade Negra Rural do Quilombo Ribeirão da Mutuca de Mato Grosso, é representante da iniciativa de acesso a mercado "Agregação de valor e consolidação de mercados sustentáveis através da coleta e beneficiamento dos frutos do Cerrado ". Para ela, a oficina foi fundamental para fortalecer a iniciativa que será apoiada no DGM Brasil. "Vamos relacionar o que aprendemos aqui com o projeto de produção de frutos do Cerrado", explica Laura. "Pra gente poder dar um novo olhar para a iniciativa, pensando quantidade, como fazer, quais mercados, se é isso que o povo quer. É fundamental dar um direcionamento para a produção".
Com esta oficina, foi encerrado o encontro para elaboração de projetos que se reuniram em Montes Claros. O próximo encontro prevê a participação das iniciativas indígenas, que estarão reunidas entre os dias 11 e 17 de fevereiro em Cuiabá, no Mato Grosso.