NOTA SOBRE AS QUEIMADAS NO BRASIL

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Publicado em 3 de Setembro de 2019 às 17:43

São imensuráveis as perdas que as queimadas na Amazônia têm causado nos últimos dias. A exploração e destruição da maior floresta tropical do mundo não é recente e não é novidade, mas o rápido avanço das chamas, que tem destruído paisagens, histórias e a sociobiodiversidade reflete a atual falta de preocupação ambiental e de engajamento na preservação das nossas florestas.

Ações de proteção e conservação dos recursos naturais (especialmente florestais) e a inclusão social acontecem há alguns anos, com apoio dos povos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais, fundos e instituições, mas é preciso que todos se apropriem do debate da conservação ambiental, repensem o modelo de desenvolvimento em curso e se unam à causa ambiental, que vem há anos ressaltando a importância de conservar a nossa biodiversidade e os modos de vida tradicionais.

Cabe ressaltar que o Cerrado é um dos maiores biomas do nosso país, reunindo inestimável riqueza em biodiversidade e recursos hídricos, sendo considerado berço das águas ou caixa d’água do Brasil, abrigando nascentes de importantes rios, beneficiando oito dentre as doze grandes bacias hidrográficas brasileiras, com destaque para o rio Xingu, e bacia Tocantins-Araguaia. Preocupa-nos também o rápido processo de ocupação produtiva do Cerrado nas últimas décadas e o fato da taxa de desmatamento do Cerrado ser superior à de outras regiões do país, bem como que implicações as queimadas e desmatamento indiscriminado na Amazônia terão para o nosso bioma e seus guardiões.

Nós, organizações que representamos povos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais do Cerrado brasileiro somos portadoras de novos parâmetros de desenvolvimento, construído a partir de valores mais equânimes, de caráter mais distributivo da riqueza, fundado em vínculos territoriais, no respeito e proteção aos ambientes, em formas de sociabilidade e organização próprias, com base na floresta em pé, de onde tiramos o sustento e mantemos nosso modo de vida, onde garantimos autonomia socioprodutiva, reprodução da diferença e projetos de futuro.

Manter a Floresta Amazônica e o nosso Cerrado de pé é um dever e compromisso!

Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado (MOPIC), Conselho Terena, Wyty Cate, União Indígena Xerente (Unix), Articulação dos Povos e organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), Associação do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Rede Cerrado, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Articulação Pacari, Os Retireiros do Araguaia (ARA) e Articulação Rosalino Gomes.

 

 O DGM Brasil, Mecanismo de Doação Dedicado a Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, uma iniciativa estabelecida no âmbito do FIP/Fundo de Investimento Florestal, atua em todo o território do cerrado brasileiro através de iniciativas de apoio a projetos que evitem o desmatamento e a degradação do Cerrado, promovam ações de sustentabilidade e inclusão.