Publicado em 11 de Setembro de 2016 às 10:08
O dia 11 de setembro é Dia do Cerrado, segundo maior bioma brasileiro. Conhecido como “a savana mais rica do planeta”, o Cerrado possui mais de 7 mil espécies de flora nativa. Seus originários 2 milhões de quilômetros quadrados correspondem a 22% do território nacional, compreendendo regiões de onze estados brasileiros e Distrito Federal. Além disso, o Cerrado abriga as nascentes das bacias dos rios São Francisco e Araguaia-Tocantins, e principais afluentes das bacias Amazônica e do Prata.
Apesar de sua importância, que torna o Cerrado um hotspot para a conservação da biodiversidade do mundo, o bioma vem sofrendo com a degradação ambiental. Estima-se que o equivalente a 40% de sua área já foi convertido para pastagens e campos de agricultura. E o desmatamento do Cerrado, que se intensifica desde o fim do século XX com o avanço da agropecuária, vem aumentando cada vez mais. Segundo estudos,menos de 48% de sua vegetação original ainda está total ou parcialmente conservada.
“Por ser considerado uma fronteira agrícola,o Cerrado está completamente destruído pelas grandes empresas, mineradoras, monocultura, grandes barragens”, afirma Braulino Caetano dos Santos, da Rede Cerrado e Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. “As políticas públicas são muito voltadas para a Amazônia. Mas o Cerrado tem uma população muito grande, que é a população indígena, quilombola, ribeirinhos, vazanteiros, veredeiros, geraizeiros. Eles querem a vida do Cerrado, porque eles vivem é da natureza. Por isso o Cerrado merece um olhar especial. E se a gente não tiver projetos para ajudar o Cerrado regenerar, em poucos anos vamos acabar com ele”.
No contexto de mudanças climáticas e crise ambiental, o DGM tem orgulho de firmar-se como uma iniciativa para preservação do Cerrado brasileiro. Recebemos neste ano, de diversas regiões, propostas de projetos para conservação e recuperação ambiental, a serem conduzidos por quem mais entende e cuida do Cerrado: seus povos e comunidades tradicionais.
O Projeto DGM/FIP/Brasil faz parte do Programa DGM Global e é um fundo de apoio aos Povos Indígenas, Comunidades Quilombolas e Comunidades Tradicionais do Cerrado brasileiro. Este fundo, que terá a duração de 5 anos, apoiará projetos que evitem o desmatamento e a degradação do Cerrado, promovendo a proteção e conservação dos recursos naturais, especialmente florestais, e a inclusão social. Através destes projetos, serão promovidas também ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
O primeiro edital DGM Brasil recebeu 158 Manifestações de Interesse de nove dos onze estados que abrangem o Cerrado brasileiro. Estas propostas são divididas em três tipos: "Produtivo Orientado para Mercado", "Gestão de Recursos Naturais" e "Respostas a Ameaças Imediatas" e três categorias identitárias de povos tradicionais: indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. Enviadas por associações comunitárias e/ou organizações de apoio/representativas destes próprios povos, as propostas tem a intenção de desenvolver projetos apoiados pelo DGM Brasil e conduzidos pelas comunidades em seus territórios. Nas próximas semanas, as 41 propostas pré-selecionadas e visitadas receberão um olhar especial do Comitê Gestor Nacional do DGM Brasil, constituído por lideranças de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais do Cerrado brasileiro. E logo serão divulgadas as iniciativas a serem apoiadas durante o período de execução do projeto.
Este é o nosso compromisso em manter o #CerradoEmPé #PelasMãosDosPovos!